quarta-feira, 4 de junho de 2008

04/06/2008 - SOU FELIZ

Sou feliz
Thiago Pires


Ó Senhor, dá-me forças
Pra prosseguir por amor a Ti
Conduz meus pés, me fortalece
Pois quero chegar até o fim
Eu aguardo a coroa que Tu tens pra mim
E para os que permanecem confiando em Ti
Livra-me do mal, destrói meus inimigos, guia-me.

Quando eu cair no mais profundo abismo
E sozinho me sentir, eu sei que tu estás comigo
Tua destra me sustenta
A Tua doce voz me alimenta e eu não temo
Pois feliz é aquele que padece por Teu nome
Feliz é aquele que sofre por amor a Ti
Feliz é aquele que permanece até o fim
Que completa a carreira e vive pela fé
Sou feliz


Depois de um ano sem compor, o Senhor meu deu essa canção nessa semana. Esse foi um final de semana um pouco atribulado. Como previsto, passei por muitas lutas depois do projeto Neemias. Por diversas vezes o inimigo tentou me tirar da presença de Deus, acabar com minha alegria e sugar minhas forças. Quando a gente se levanta para obedecer ao Senhor, o inimigo também se levanta com afrontas e investidas de todos os tipos a fim de nos fazer esmorecer. Na noite de domingo, liguei para meu líder, chorei minhas dores com ele e recebi uma palavra animadora, a palavra de Mateus 5.4-12.

“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.
Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós”.


Depois que desliguei o telefone, o Espírito Santo me orientou a escrever essa música. Tenho compreendido que, quanto mais nos parecemos com Jesus, mais sofreremos aquilo que Ele sofreu. "Por isso não desanimamos: pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que não se vêem são eternas" (II Co 4:16-18).

Se você tem sofrido por amor a Jesus, não desanime, fique feliz, sinta-se privilegiado! Combata o bom combate e contemple a coroa que está reservada para todos os que guardam a fé e perseveram até o fim.

terça-feira, 27 de maio de 2008

27/05/2008 - PROJETO NEEMIAS (PARTE 2)

Sexta-feira
Na parte da manhã nos reunimos mais uma vez para nos consagrarmos ao Senhor. Era dia de romper com nossos medos, fraquezas e limitações. Cantamos uma canção que dizia “Senhor, descobri que as fraquezas que há em mim podem ser vencidas no poder do Teu amor”. Era dia de declarar a vitória do Senhor sobre as nossas vidas, que Ele estava conosco e que seríamos bem sucedidos em nome dEle. Mesmo que surgissem problemas, dúvidas, medos, ele nos faria andar em lugares altos. Durante a ministração da segunda canção, adoramos ao Senhor espontaneamente. Era tão nítida a presença de Deus naquele lugar. Como o Espírito Santo nos atraía! Cantamos “mais perto de ti, mais perto de ti, mais perto de ti...”. Naquele momento Deus foi me mostrando que, se realmente estivermos perto dele, poderemos ver e sentir como Ele vê e sente. Inevitavelmente poderemos sentir a dor das pessoas por não conhecerem a Jesus. As lágrimas desceram quando nos demos conta de que a criação aguarda ansiosamente e geme pela manifestação dos filhos de Deus. Deus foi depositando em nós aquilo que Ele mesmo sente. Foi nos fazendo enxergar aquilo que Ele mesmo enxerga. Naquela manhã, a Geraldinha nos trouxe uma palavra sobre intercessão. Foi Deus quem a separou para esse dia, foi uma bênção! Ela usou como texto base a primeira oração de Neemias, no primeiro capítulo. Fomos desafiados a nos levantarmos como intercessores da terra, orando, clamando e chorando pelas dores do nosso povo. Sem entrar em tantos detalhes sobre os pontos abordados, saímos de lá convictos de que a intercessão é a chave para que as coisas aconteçam em uma batalha espiritual, e que devemos nos identificar com as dores, com o sofrimento e com o pecado do povo.

À tarde fomos para a batalha. Confesso que estava ansioso para esse momento. Diferentemente do último Alternativa Jovem, no qual estava super nervoso e inseguro, estava me sentido confiante, amparado por Deus e pronto para ser usado como instrumento. Fomos separados em duplas e trios, divididos em algumas ruas de Padre Miguel. Tínhamos que ir pelas casas e bater de porta em porta para falar do amor de Deus. Eu estava com a Raquel e com a Rebeca (que estava super nervosa, rs). No início foi muito difícil. As pessoas não nos davam muitas oportunidades de falar mais do que “Jesus te ama, Deus te abençoe”. Foi engraçado que, conforme a gente batia de porta e porta, a gente parava e conversava “Gente, tem alguma coisa errada, vamos consertar aqui, aqui e aqui... acho que devemos ser mais ousados etc”. Conforme avançávamos, Deus nos dava mais ousadia para falar. Chegou um momento em que não íamos mais em três, mas nos dividíamos para falar a várias pessoas e em várias casas simultaneamente. Tivemos muitos testemunhos de conversão e reconciliação. Lembro-me de ter sentado ao lado de um garoto de 15 anos, Rafael, e ter perguntado se ele sabia que Jesus o amava. Ele disse que não sabia – eu fiquei espantado! Ali, sentado na calçada, pude falar do amor de Deus e ele se converteu. Igor contou sobre alguém que morava a três ruas da igreja e que, pasmem, nunca tinha ouvido falar de Jesus. Também falei do amor de Deus para algumas crianças. Houve um caso de um homem que eu não me recordo o nome. Ele cheirava a bebida, mas ficou bem atento a todas as minhas palavras. No final das contas, acabou aceitando a Jesus. Profetizei bênção sobre a vida dele, sobre sua casa, e libertação de todo e qualquer vício. Evangelizei um outro Rafael (só dava Rafael nesse dia, rss). Com ele foi engraçada a abordagem. Ele estava lavando o quintal e eu cheguei dizendo que Jesus queria lavar a vida dele. À noite, uma das coisas que mais me marcaram, foi o fato de eu ter entrado em um bar para falar do amor de Deus de mesa em mesa. Tinha hora que eu pensava: meu Deus, que loucura eu tô fazendo! Foi um romper, pois há poucas semanas atrás eu JAMAIS me imaginaria fazendo isso. Ali eu conheci a Rita, ela prestou atenção em tudo o que eu falei atentamente. Senti que Deus estava falando ao seu coração. Também encontrei o Roberto. O próprio Espírito Santo me direcionou a insistir na vida dele. Ele estava indo à igreja, mas lhe faltava compromisso. Ministrei sobre a vida dele e oramos juntos. Foi muito legal. Foram tantas pessoas, tantos testemunhos! Outras pessoas contaram testemunhos lindos. Teve gente que tirou cordão de São Jorge e aceitou a Jesus Cristo, aleluia! Tanto pela tarde, quanto pela noite, compartilhamos as bênçãos e glorificamos a Deus por tantas almas que Ele havia nos dado. Incentivamos algumas pessoas que tiveram dificuldades, pois sabemos que no início é difícil. O sentimento era de muita alegria por tantos testemunhos de vidas que haviam aceitado a Jesus como seu Senhor e Salvador.

Sábado
Por causa da alegria do dia anterior, Deus me deu uma palavra específica para a manhã de sábado. Mateus 16:13-26. Falamos sobre dois episódios na vida de Pedro. No primeiro, Jesus perguntava sobre quem as pessoas diziam que ele era. As respostas foram muitas, até que Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”. Por causa dessa revelação dada a Pedro pelo próprio Deus, Jesus o exalta e lhe faz muitos elogios e promessas. No episódio seguinte, Jesus fala aos seus discípulos acerca de sua crucificação. Cheio de si, Pedro o chama a parte e diz: “Nunca, Senhor, isso nunca te acontecerá!”. Imediatamente Jesus o repreende de forma dura: “Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, e não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens”. Como um homem que anteriormente havia recebido revelação de Deus poderia em tão pouco tempo ser usado como instrumento de Satanás? Naquela manhã, Deus queria nos atentar para o fato de que precisamos estar muito atentos e vigilantes, principalmente diante das nossas vitórias. Como seres humanos, temos a forte tendência de acreditarmos que somos o que somos ou fazemos o que fazemos porque somos muito bons. Mesmo quando se trata da obra, Deus nos usa de forma tremenda e ainda assim nos enchemos de soberba e acreditamos que somos os tais. Foi uma manhã onde retornamos à essência: somos dependentes do Senhor. Sem Ele não podemos nada, não fazemos nada, não somos nada. Precisávamos reconhecer isso para que o sentimento de “eu posso, eu sei, eu consigo” não enchesse o nosso coração, mesmo depois de um dia tão vitorioso como o de sexta-feira. Cantamos “Sou pobre, cego e nu, nada tenho pra te oferecer (...) Reina sobre mim, eu me rendo a Ti, eu me rendo”. Naquela mesma manhã, assistimos um DVD de um testemunho sobre a cidade de Algodão de Jandaíra, uma cidadezinha pequena, no interior da Paraíba, que foi restaurada pelo Senhor através de servos que se dispuseram a fazer a obra de Deus ali. Tenho certeza que esse testemunho muito nos edificou, pois é exatamente o que Deus quer fazer em Padre Miguel. No final, oramos pedindo perdão a Deus porque muitas vezes nos apresentamos a Deus, mas estamos longe de sermos os VERDADEIROS adoradores os quais o Senhor tem procurado. Temos vivido uma vida egoísta e indiferente ao próximo. Temos permanecido trancafiados dentro das quatro paredes de nossas igrejas fazendo programações e programações sem nos importarmos com aquilo que o Senhor realmente quer receber de nós. Em um ímpeto do Espírito, li Isaías 1. Pedimos perdão e clamamos a Deus para que a igreja seja despertada a cumprir o seu papel nesse mundo. Queremos dar a Deus aquilo que Ele quer receber de nós.

À tarde foi um momento de evangelizar crianças. Alugamos uma cama elástica para atrair e concentrar os pequeninos em um local, a fim de que eles também recebessem a Palavra de Deus. Nos espalhamos pelas ruas e fomos convocando as crianças. O sol estava muito quente, nunca andei tanto por aquelas ruas, mas valeu a pena. Era muito engraçado ver a reação delas quando falávamos que a cama elástica era de graça. Aos poucos, as crianças foram se ajuntando e, assim, pudemos cumprir nossa missão. Na fila de espera, as crianças ouviam do amor de Deus e eram levadas a aceitarem a Jesus como seu Salvador. Depois que pulavam, ganhavam uma revistinha, pipoca e doces. Creio que mais de 50 crianças foram alcançadas ao longo daquela tarde. Também aproveitávamos para evangelizar os pais. Lembro-me da dona Maria, que levou o seu netinho Vitor. Eu a conheci na sexta-feira. Ela estava maravilhada com tudo o que estávamos fazendo. O Vitor também adorou a cama! Não parava de pular, muito sapeca! Os que não tinham muito jeito com crianças permaneceram evangelizando adultos pelas ruas. Foi uma tarde muito produtiva e muito alegre. Creio no trabalho com crianças. Eu aceitei a Jesus com 4 anos de idade e me lembro perfeitamente como foi. Além disso, tenho uma mãe que, desde que ela era criança, já trabalhava com crianças! Cresci nesse ambiente. Até meus 18 anos, mais ou menos, trabalhava no Ministério Infantil da minha Igreja. Tenho certeza que a semente lançada aos pequeninos na tarde de sábado vai germinar. Satanás tem investido pesado contra as crianças, e isso não é de hoje. Não é raro, por exemplo, ver crianças envolvidas com o tráfico, isso é uma realidade em Padre Miguel. Precisamos nos levantar com urgência para apresentar Jesus aos pequeninos.

No final da tarde, fui surpreendido com a presença de um amigo meu no Projeto, o Pablo. Eu o conheci pela Internet numa época em que estávamos querendo ir para o CTMDT. Tirando uma vez em que nos esbarramos sem querer em Botafogo, essa foi a primeira vez que nos encontramos pessoalmente. Eu havia falado sobre o Projeto e ele se interessou muito em participar. Mesmo com seus afazeres, ele separou um tempo para estar conosco nessa missão. A sua presença me alegrou muito!

Antes de sairmos à noite, oramos para que aquela última saída fosse tremendamente abençoada por Deus. Estávamos muito cansados fisicamente, pela rotina de todos os outros dias. Pedimos a Deus forças, ânimo e unção renovada para que almas se rendessem a Jesus. Não foi diferente. Eu, particularmente, coloquei diante de Deus que não faria evangelismo em massa, não queria distribuir folheto para todos que eu visse pela frente. Queria evangelizar pessoas específicas. Eu e Pablo sentamos ao lado de dois senhores, Jorge e Antônio. Eles estavam na praça e já tinham sido abordados no dia anterior. Voltei a falar do amor de Deus a eles e Pablo concluiu todo o processo. Depois nos dividimos, segui sozinho pela rua Figueiredo Camargo. Abordei o Ícaro e pude falar muitas coisas a ele. Embora não tenha entregado sua vida a Jesus naquele momento, ele teve a oportunidade de saber que só Jesus é capaz de preencher nossas vidas com uma alegria que não é passageira e independe das circunstâncias. Também encontrei um senhor, que não me recordo o nome. Ele estava no bar comendo e bebendo. Eu o reconheci, pois ele guarda carros em Bangu. Ele me contou que tinha filho pastor, filho missionário etc. Falou deles com muita alegria e muito orgulho. Conversamos um pouco sobre o por que dele não ter entregado sua vida a Jesus. Eu disse que seus filhos também ficariam orgulhosos se ele estivesse nos caminhos do Senhor. Orei com ele. Foi engraçado observar todos do bar me olhando, mas amém. Perto do final da noite, uma senhora me parou para pedir dinheiro. Eu disse a ela que não tinha “prata nem ouro”, mas o que eu tinha eu daria. Entreguei o folheto e falei do amor de Deus a ela. Parecia-me ser bem sofrida, pois enquanto eu falava via que seus olhos se enchiam de lágrimas. Ela repetiu a oração comigo e aceitou a Jesus. Profetizei bênçãos sobre a vida dela e sobre sua família. Dei-lhe um abraço e a sensação que eu tive é que ela não recebia um há muito tempo.

Encerramos a noite clamando a Deus pelo bairro de Padre Miguel em praça pública. Colocamos diante de Deus os pecados do povo, cada indivíduo, cada família, cada igreja. Logo depois, fomos para a igreja queimar os nomes de todas as pessoas que evangelizamos, num ato profético. Entregamos cada vida diante do Senhor, pedindo que o Espírito Santo confirme e trabalhe em cada vida a fim de que todos recebam Jesus como seu único e suficiente Salvador. Terminamos cantando “Quem intentará contra o braço forte do Senhor? Quem impedirá o seu agir? Quem poderá nos resistir, se a Palavra de vitória já foi liberada a nós?”.

Esse foi o início de algo grandioso que Deus quer fazer através de nós. Esse primeiro Projeto Neemias é uma semente de algo que vai crescer e se expandir, eu tenho certeza. Pretendemos trabalhar nessa mesma direção durante todo o mês de agosto em nossos Congressos. Quero agradecer aqui a todos que colaboraram para que esses três dias acontecessem. Mas meu maior agradecimento é ao Senhor que nos usa, mesmo nós sendo tão pequenos e falhos. Obrigado, Senhor, por nos permitir fazer parte dos teus planos, dos teus sonhos. Que possamos viver todos os dias da nossa vida no centro da Tua vontade, pois não há melhor lugar melhor para se estar! Que o nome do Senhor seja exaltado em nossas vidas e o teu reino estabelecido em nossa terra. Para a tua glória, amém!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

26/05/2008 - PROJETO NEEMIAS (PARTE 1)

Ainda me lembro do dia em que estava planejando o que fazer com os jovens no feriadão de Corpus Christi. Algumas coisas me passaram pela cabeça como acampamento, passeio, mas acabei decidindo uma viagem missionária para a cidade de Lima Duarte – MG, cidade onde meu avô já morou e onde já pastoreou uma congregação. Por ser uma cidade extremamente católica, carente do evangelho de Cristo, pensei que um trabalho evangelístico promovido por jovens causaria grande impacto sobre a vida de muitas pessoas dali. Planejamos levar uma Kombi e dois carros, cerca de 15 pessoas. Em uma de nossas reuniões chegamos a conversar sobre o que faríamos ao longo dos quatro dias, mas conforme o tempo foi passando, Deus mudou os rumos da história. Descobri que meu carro estava com algumas irregularidades e que não poderia viajar para outro estado. Também estávamos com dificuldades de encontrar pessoas que cuidassem da nossa alimentação. Além disso, o valor da viagem ficaria alto para as pessoas, enfim. A mudança dos planos, porém, foi determinada por um telefonema da minha mãe que sugeriu um trabalho missionário no Rio de Janeiro mesmo, em algum local que necessitasse de nossa ajuda, em alguma igrejinha carente de recursos. O Espírito testificou em meu coração, senti uma paz imensa em mudar os planos. Quase que imediatamente Padre Miguel veio em minha mente. Se queríamos fazer um trabalho evangelístico em algum lugar, por que não fazer na nossa terra, no lugar onde o Senhor nos plantou, já que falamos tanto disso?! No mesmo dia conversei com o Igor e ele me deu total apoio. Nasce aqui o Projeto Neemias, o projeto de reconstrução dos muros de Padre Miguel.

Esse foi um dos melhores finais de semana da minha vida! Foi a concretização de muito daquilo que Deus já tem me incomodado desde muito tempo. Foi como subir um degrau na minha vida com Cristo. Mesmo em um final de semana onde também foi realizado o Acampamento dos Adolescentes, pudemos contar com jovens valentes que se dispuseram a participar do Projeto, abriram mão de seu feriadão e cumpriram o IDE de CRISTO. Algumas impressões foram bem fortes para mim, gostaria de compartilhar com vocês:

Quinta-feira
Esse foi um dia que separamos para nos consagrarmos ao Senhor. Pela manhã, começamos nossa reunião nos arrependendo, colocando nossos pecados diante do Senhor e pedindo que Ele nos lavasse com seu sangue. Foram momentos intensos de oração, quebrantamento e dependência do Senhor. Não poderíamos ter começado de forma diferente. Logo após o momento de adoração, dei uma palavra introdutória sobre Neemias (capítulo 1) e sua missão de reconstrução dos muros de Jerusalém. Embora tenhamos pensado no nome do Projeto justamente fazendo uma comparação de Jerusalém com o bairro de Padre Miguel e a necessidade de que nossos “muros” fossem reerguidos, a reunião tomou uma direção que nos levava a reconstruir os muros da nossa vida individualmente. Havia uma necessidade de nos consertarmos diante do Senhor, de pedir que ele entrasse nos escombros das nossas vidas, reerguesse nossos muros, tapasse as brechas, enfim, realizasse uma obra de restauração em nós mesmos. Enquanto cantávamos “Eu quero ser, Senhor amado, como um vaso nas mãos do oleiro. Quebra a minha vida e faça de novo. Eu quero ser, eu quero ser um vaso novo”, Deus trabalhava na vida de todos nós. Ele foi muito claro ao nos revelar que não poderia usar vasos rachados ou remendados. Era tempo de Deus nos quebrar e nos fazer de novo. Antes de Deus fazer algo maravilhoso na nossa terra, Ele precisava fazer algo maravilhoso EM nós. Foram momentos inarráveis mas que vão ficar gravados em nossos corações para sempre.

À tarde tivemos a participação do Bento, homem de Deus que tem servido no Projeto Esperança na Praça, no centro do Rio. Ele foi um instrumento poderoso nas mãos de Deus naquela tarde. Nossa proposta era realizar um treinamento de evangelismo e abordagem, mas o que realmente ficou gravado em nossos corações foi que acima de qualquer técnica, precisamos estar sujeitos à vontade de Deus, atentos à voz do Espírito Santo em tudo o que viermos a fazer, pois em cada caso o Espírito pode nos dar uma direção específica. Embora tenhamos essa tendência, procuramos não ficar presos a regrinhas, mas atentos às orientações de Deus. Além disso, o Bento nos contou algumas experiências de libertação e expulsão de demônios. Cremos que conforme buscarmos a Deus e nos lançarmos na missão de evangelizar, vamos adquirir maior discernimento espiritual para enfrentar situações mais específicas.

À noite realizamos um culto ao Senhor. Eu estava com muitas dificuldades de escolher os cânticos. Mas enquanto orava com as pessoas Deus foi me mostrando que deveríamos entronizá-lo no meio dos nossos louvores. Cantamos que Ele é Rei, cantamos sobre sua grandeza, soberania e majestade. Sabemos que onde existe adoração, existe um trono e onde existe um trono, existe um Rei. Sabemos que podemos entronizar o Senhor por meio dos nossos louvores, estabelecer o Seu reino de justiça, alegria e paz. É disso que Padre Miguel precisa, que o Senhor Jesus seja estabelecido como Senhor e Rei dessa terra. Foram momentos lindos de adoração ao Senhor. Além disso, Deus nos mostrou o quanto precisamos amá-lo mais, pois se queremos amar a terra, o nosso próximo, nossas atitudes precisam ser movidas pelo amor que temos pelo nosso Deus. É isso que vai fazer a diferença. Foi uma noite onde olhamos para a cruz, para o sacrifício de Jesus. O Jeferson pregou naquela noite, foi uma bênção! Ele falou sobre a passagem de 2 Reis 6:16. Deus nos mostrou que precisamos ter olhos espirituais para enxergar as batalhas como elas realmente são. Quando vamos em nome do Senhor, não estamos sozinhos, muito pelo contrário: somos a maioria! Os anjos de Deus vão conosco e guerreiam por nós. Terminamos com uma palavra que veio muito a calhar: “(...) Não tenham medo nem desanimem. Saiam para enfrentá-los amanhã, e o Senhor estará com vocês” (II Crônicas 20:17). Saímos de lá crendo que no dia seguinte, Deus estaria conosco na batalha!
(Continua...)

terça-feira, 29 de abril de 2008

29/04/2008 - PREPARANDO AS BASES

Quando comecei esse Blog, há alguns meses atrás, estava em uma fase intensa da minha vida, espiritualmente falando. Um tempo de profunda comunhão com a Palavra e com o Espírito Santo e que, por conseqüência disso, me fez vivenciar momentos preciosos na presença de Deus e na sua obra. O ideal é que a gente viva dessa forma constantemente, mas nem sempre é assim. O importante é dizer que voltei a essa fase, principalmente depois de voltar do Congresso de Louvor Diante do Trono. Foram momentos marcantes. Como eu falei para algumas pessoas, foi como se eu estivesse nascido de novo, uma nova conversão, um retomar na minha vida como um todo, algo que não dá pra explicar muito bem. Tudo o que aconteceu durante aqueles dias confirmaram tudo o que Deus já tem me falado há algum tempo atrás, principalmente no que diz respeito à conquista. Como nunca antes, tenho sido confrontado a ser um proclamador do evangelho e a conquista de almas é algo que pulsa constantemente em meu coração. A idéia de que eu preciso viajar pra muito longe para estar no centro da vontade de Deus é uma mentira que está caindo por terra. Definitivamente, Deus me plantou em lugares específicos e estratégicos, lugares onde Ele quer me usar como instrumento para trazer cura, libertação, salvação e restauração. Quando falo disso, falo especificamente de Padre Miguel, terra ferida que precisa conhecer o amor de Deus manifestado em Cristo Jesus.

O Entre Jovens está inteiramente ligado a esta visão. Começamos no dia 05 de abril e foi uma bênção! A sala estava linda e por pouco não deu para comportar todas as pessoas! A sala estava lotada, foram mais de 100 pessoas – o Entre Jovens mais cheio que já tivemos. A palavra foi dada pelo Pr. Gustavo Legal, da CBRio. Uma palavra difícil, confrontadora, mas essencial para nós que estamos dispostos a trilhar uma jornada de lutas e conquistas. É engraçado ver como o Espírito Santo tem despertado o seu povo na mesma direção, uma direção de evangelismo, de preocupação com a viúva, com o pobre, com o pequenino, com o necessitado. Muito louco! Visando a conquista, Deus tem me incomodado a seguir os mesmos passos que seguimos no Congresso, no início do ano. Sem intimidade, não há santidade; sem santidade, não há autoridade; sem autoridade, não há conquista. Não adianta estimularmos os jovens a serem profetas de Deus, proclamadores da Palavra, conquistadores da terra, se antes não forem trabalhadas as suas bases. Um missionário é, antes de tudo, um amigo de Deus, alguém que O ama e o serve com toda a intensidade do seu coração, alguém que fala daquilo que Deus fez na sua vida e é sustentado por um relacionamento com Ele (intimidade). Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais ficamos parecidos com Ele. Somos atraídos à sua presença, confrontados com a nossa realidade pecaminosa e estimulados a convertermos nossos maus caminhos. O caráter de Jesus Cristo é gerado em nós (santidade). Se somos parecidos com Jesus, temos a sua autoridade e o seu poder para destruir as obras do diabo. Se há autoridade, há conquista. Essa linha de raciocínio, embora simples, fez cair as escamas dos meus olhos. Quando analisamos nossa vida nessa perspectiva, podemos ver onde e por que estamos falhando. É nessa linha de raciocínio que estamos seguindo todos os sábados, em cada reunião do Entre Jovens. Estou pedindo a Deus que manifeste a sua glória no nosso meio, que nos atraia, nos prepare e imediatamente nos envie. Creio que é um novo tempo de novas e importantes conquistas no mundo terreno e, principalmente, no mundo espiritual.

Sábado passado tivemos uma reunião de oração e consagração do grupo de jovens que têm me ajudado nesse trabalho. Amo a cada um. Léo, Rebeca, Amanda, Rafael, Raquel, Rackel, Fábio, Jefferson, Ingrid, Patrícia, Marcelle, Helinho, Marcelo Bruno, Roberto, Suelaine e Luana. Esses são os meus guerreiros! A reunião foi uma bênção. Compartilhamos muitas coisas que Deus tem nos revelado e, profeticamente, tomamos posse das promessas de Deus para nossas vidas, para nossa igreja e para o nosso bairro. Estamos lendo o livro “Reconquiste sua cidade para Deus” (foto ao lado), John Dawson, um livro que tem abençoado muito a minha vida e que vai abrir nossa mente, como grupo, para a realidade da batalha e do mundo espiritual que está por trás do evangelismo urbano. Vamos colher os frutos, em nome de Jesus!

Ainda no sábado passado, tivemos uma experiência de evangelismo no bairro de Padre Miguel, o “Alternativa Jovem”. Desde quando estávamos planejando esse dia, Deus nos incomodou a fazermos algo diferente de tudo o que já havíamos feito anteriormente. A começar pela simplicidade. Às vezes caímos no erro de querer competir com o mundo no que diz respeito a estrutura e eu, particularmente, não acredito tanto na eficácia disso em um trabalho de evangelismo, ainda mais se realmente não temos condições de competir. Acredito na simplicidade e no poder do evangelho manifestado pelo evangelismo pessoal, no contato. Descemos do palco. Apagamos os holofotes. Em compensação, tivemos um momento de consagração e oração intenso, onde buscamos a presença de Deus, nos arrependemos de nossos pecados e nos preparamos para falarmos do amor do Senhor. Ali começou minha batalha. Depois do momento de busca e adoração ao Senhor, no qual eu e Igor conduzimos, fui tomado de um profundo cansaço que me impediu de participar do restante da reunião. O Espírito Santo me mostrou que aquilo não era simplesmente um problema físico, mas o início das tentativas do inimigo de me fazer parar. Estava com vontade de ir embora para minha casa, mas graças a Deus não fiz isso. Confesso que estava com medo, pois minha intenção inicial era de não ficar no louvor, mas de estar junto com os outros distribuindo folhetos, evangelizando de forma pessoal, e eu nunca havia feito isso antes. Mesmo pedindo a Deus que retirasse meu temor, minhas primeiras tentativas não foram bem sucedidas – pelo menos a meu ver. Estava com uma expectativa de falar do amor de Cristo, de amparar as pessoas, mas tudo o que eu conseguia era dar o folheto e dizer, no máximo um “Deus te abençoe”. Aquilo me frustrou de tal forma que parei, sentei no meio fio e comecei a chorar. Me senti um fraco, um hipócrita. Era como se o inimigo dissesse a mim: “Você é um mentiroso mesmo. Estimula as pessoas a evangelizarem, fala tão bonito no microfone, mas agora não consegue fazer nada. Tantas pessoas aí conseguindo abordar e você, nada.”. Foram tantas acusações, tantas coisas que passaram na minha cabeça, que a minha vontade era ir embora. Deus usou a vida do Leó e do Catito, que foram me animar com palavras vindas do coração de Deus. Não consegui retornar ao evangelismo pessoal, fiquei com o microfone mesmo e ali creio que Deus me usou poderosamente.

Houve um testemunho de um homem que, no início da programação, estava com a camisa da Mocidade. Ele estava atrás de mim e ouviu todas as músicas e ministrações. Antes do final da programação, ele trocou de camisa. Entre uma ministração e outra, fui falar com seus pais (crentes, muito simpáticos) e com ele. Depois que a programação terminou, o Pr. Roberto me disse que aquele homem o abraçou emocionado e disse: “Aquele menino de verde (eu) parecia que estava falando comigo, parecia que conhecia a minha vida toda!”. Glória a Deus! Se o inimigo tentou me fazer acreditar que minha função era vã, ele foi derrotado. Tive a plena convicção de que não estava me escondendo atrás de um microfone, mas que era ali o lugar onde Deus queria me usar. Fábio me disse que minha voz ia muito longe através das caixas de som, ou seja, não tenho idéia do alcance de tudo o que foi ministrado. Só creio, pela fé, que fui usado por Deus, e isso me dá paz. Depois, conversando com meu irmão, pude perceber que o espírito de opressão não foi apenas contra mim, mas contra outros jovens também. O inimigo tentou nos desanimar, mentindo a respeito de nossas funções. Era como se fôssemos um corpo em conflito, um exército enganado, mas pelo poder de Deus fomos usados poderosamente e não cedemos às tentativas de Satanás de nos fazer parar. Hoje eu agradeço a Deus pelas dificuldades, pelas lutas. Elas me dão plena convicção de que esse não é e nunca será um trabalho fácil. Evangelismo não depende de talento ou habilidade. Evangelismo depende de arrependimento, entrega e unção dada por Deus.

Espero, em Deus, conseguir reservar tempo para compartilhar tudo o que tenho vivenciado. Isso edifica muito a minha vida. Também me edifica receber seus comentários e saber que você está orando por mim, pelos projetos que realizaremos, enfim. Não olhe para a minha vida e apenas contemple o que Deus faz. Estou muito no início de tudo o que Deus está pra fazer. Creia que Ele quer fazer infinitamente mais através sua vida. Busque-O e deixe que o Espírito Santo revele o papel profético que você tem nessa geração. Seja despertado pelo Senhor para viver intensamente e radicalmente. Eu oro por isso.

Que Deus te abençoe!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

15/02/2008 - O CINTO DA VERDADE

Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo, pois nossa luta não é contra carne ou sangue, mas sim contra principados e potestades, dominadores de mentes deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Por isso, vistam toda a armadura de Deus para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com o cinto da verdade, e vestida a couraça da justiça, e calçando os pés com a preparação do evangelho da paz, tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos. (Efésios 6.10-18)

Satanás é um mentiroso (Jo 8.44), mas o cristão cuja vida é controlada pela verdade o derrotará. O cinto mantinha unidas as outras partes da armadura, e a verdade é o elemento de integração na vida do cristão vitorioso. O apóstolo Paulo nos diz que, se a Igreja funcionar como um corpo, e se você funcionar eficientemente como indivíduo cristão, a primeira coisa que você tem de fazer é colocar esta “verdade” em torno de seus lombos de tal modo que ela o prenda e o enfaixe.

É engraçado falar de verdade porque nos últimos dias fui afrontado com situações que tinham como base a mentira, e como é incômodo lidar com a mentira. Definitivamente isso não provém de Deus, é coisa de Satanás. Como o inimigo encontra espaço para agir através das mentiras! Creio que essa é uma de suas estratégias para desestabilizar a igreja nos dias de hoje. A mentira gera desconfiança e é assim que eu me vi muitas vezes, lidando com as mentiras: desconfiado. Tem horas que você já não sabe mais em quem acreditar ou em quem confiar. As verdades se tornam mentiras, as mentiras se tornam verdades. O que parece ser, não é. O que não é, parece ser. É tudo tão camuflado, tão disfarçado, algo diabólico mesmo. Mas meu Deus é um Deus de verdade. Eu creio que, por mais que a mentira perpetue ou até mesmo pareça prevalecer, mais cedo ou mais tarde a verdade sempre aparece, as máscaras caem. Na minha situação, por exemplo, tenho deixado tudo no altar do Senhor, pois ele é meu advogado, meu justo juiz. Por isso percebo a importância desta arma, inclusive o motivo pelo qual ela é a primeira citada pelo apóstolo Paulo. A base de tudo precisa ser a verdade. Qualquer coisa fora disso provém do maligno.

Imparcialidade X Verdade
O evangelho ecumênico tem como objetivo fazer com que os crentes em Jesus deixem de pregar o evangelho completo às pessoas para que elas os vejam de maneira simpática, sem preconceitos ou perseguições. Deve-se abrir mão da pregação contra o pecado priorizando a imparcialidade em detrimento da verdade. Alguns líderes evangélicos abrem mão de princípios doutrinários inegociáveis, em prol de uma convivência pacífica com todas as denominações evangélicas e, em alguns casos, com religiões e seitas. Não podemos desconsiderar o fato de que a união dos governos e das religiões em busca da “paz” é uma preparação para que o Falso Profeta – a segunda Besta – , por ocasião da Grande Tribulação, leve o mundo todo a prestar culto ao Anticristo, a primeira Besta (Ap 13). E o estabelecimento de uma falsa religião de abrangência mundial, que se oporá ao único Deus verdadeiro e à Palavra da verdade, ocorrerá ainda em nossos dias.

Isso traz temor ao meu coração. Como igreja, precisamos nos voltar à Palavra da verdade, a fim de nos atentarmos se estamos caminhando rumo a uma religiosidade padrão, incoerente com as Escrituras, ou se estamos de fato pregando o evangelho da cruz. Como já temos visto, o mundo caminha em uma direção em que pregar o evangelho de Cristo se tornará uma prática perseguida, e já estão querendo calar a nossa voz! Temos convivido em uma sociedade que tem aprovado leis que ferem diretamente a Palavra da verdade (casamento de homossexuais, aborto etc.). Seremos tolerantes, a fim de zelar pela “paz” na sociedade, ou não vamos negociar a verdade, custe o que custar? Como nos posicionaremos diante dessa realidade?

Quantas verdades?
A nossa salvação está relacionada com o conhecimento da verdade (1 Tm 2.4; Jo 8.32). Note que o Mestre disse “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Ele não falou de uma verdade, pois a verdade não é algo que cada um pode sustentar como se fosse de sua propriedade. Alguns cristãos têm sido enganados por acreditarem que a imparcialidade é mais importante do que a prevalência da verdade. Há a “minha verdade” e a “sua verdade”, dizem eles. E muitos afirmam: “Cada um na sua”. No entanto, não foi isso que Jesus falou em João 17.17, em sua profunda intercessão sumo - sacerdotal: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. Diante disso, o que é melhor, estar dividido pela verdade da Palavra de Deus ou unido pelo erro? Os muçulmanos se unem para “riscar” Israel do mapa. Os traficantes se ajuntam contra a polícia. E os políticos corruptos se reúnem para fazer falcatruas. Eles estão certos por estarem unidos?

Aperte o cinto!
O diabo – pai da mentira (Jo 8.44) – quer que “afrouxemos o cinto”, tornando relativas todas as coisas, pois sabe que, assim, perderemos a nossa arma de ataque, a “espada do Espírito” (Ef 6.17). No avião, somos avisados: “Mantenha o cinto de segurança afivelado enquanto o aviso luminoso estiver ligado”. Da mesma forma, a Palavra de Deus nos avisa quanto às turbulências e aos ventos de doutrina, a fim de que não nos movamos facilmente de nosso entendimento, permanecendo com o cinto da verdade.

Não nos enganemos nesses últimos dias. Estamos vivendo dias onde todas as religiões são aceitas e todos os tipos de superstição são considerados. É como se não houvesse padrões independentes de verdade e erro. No entanto, a verdade deve prevalecer, e não a tolerância ou a imparcialidade. Todos estão escalando a montanha e querem chegar ao topo, mas os que não seguem pelo único caminho estreito estabelecido por Deus, vestindo o cinto da verdade, jamais chegarão à presença do Senhor.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

12/02/2008 - CHEGOU 2008: ESTAMOS EM GUERRA

Feliz 2008! Há quem diga que no Brasil o ano só começa, de fato, depois do carnaval (infelizmente é uma verdade). De uma forma ou de outra, meu blog também seguiu essa linha de raciocínio. Desde o final do ano passado pra cá, tenho passado por diversos tipos de situações que não me permitiram escrever aqui. Além da rotineira falta de disposição em escrever, também me vi sem tempo e até mesmo evitando escrever sobre certas situações a fim de me preservar mesmo. Nem tudo deve ser comentado. Sei que internet é um veículo público, por isso preferi não expor certas situações aqui no blog. Minha intenção nesse blog é abençoar a sua vida e não fazer do meu dia-a-dia uma novela ou um Big Brother virtual. O que eu puder compartilhar para te abençoar, eu vou fazer. Se não for te acrescentar em nada, prefiro não registrar. Acho que podem me entender, certo?

Mas acima de todas as dificuldades que enfrentei e tenho enfrentado, posso ver a mão de Deus agindo em meu favor em todo o tempo. Mesmo quando tudo parece tão confuso, tão irreversível, Deus sempre vem e mostra que Ele tem todo o poder para restaurar situações desastrosas em bênçãos para o seu povo. O que eu pude perceber bem de perto é como Satanás é astuto e argiloso quando se trata de destruir o povo de Deus, principalmente a sua imagem e sua unidade. Ele não veio para brincar, ele veio para roubar, matar e destruir. Ele não está brincando em serviço. Quem está brincando somos nós. Vivemos uma vida em que, muitas vezes, damos brechas para que o inimigo se infiltre e, posteriormente, faça um estrago nas nossas vidas. De uma forma ou de outra, todas as dificuldades que tenho enfrentado me levaram a um sentimento de responsabilidade ainda maior diante do Senhor no que diz respeito à minha vida espiritual. Preciso estar mais alerta, mais atento, mais sensível ao agir de Satanás, que anda ao nosso derredor, rugindo como um leão, buscando a quem possa tragar (I Pedro 5.8). Apesar de serem situações onde vi outras pessoas sendo usadas pelo inimigo, percebi que não sou melhor que elas e que, se não vigiar, posso ser usado da mesma forma.

Bem, mas deixe-me falar do que realmente importa. Toda essa batalha não teria o menor sentido se não houvesse um bom motivo por trás. O Retiro Espiritual 2008, realizado pela Juventude, foi um desses bons motivos. Com certeza, muitas das dificuldades que enfrentamos foram investidas de Satanás para nos desestabilizar nesse evento e, assim, evitar o agir de Deus em/através de nossas vidas. Mas ele foi derrotado, glórias a Deus. Esse foi o melhor retiro que já realizamos (minha opinião). Em todos os dias, senti um mover de Deus singular, como nunca vi em nenhum outro evento que já realizamos. Tudo o que acontecia, todas as palavras, a começar pelo próprio tema “Sois Fortes, já vencestes o maligno”, tudo era trabalhado de uma forma bem mais madura. Antes mesmo de começar o Retiro, conversei com a Rackel (minha “ex-cunha”) e depois com o Walmir e pudemos constatar essa evolução da Juventude. Como temos amadurecido! Como Deus tem trabalhado no nosso meio. Se olharmos para trás, vemos isso quase que de forma palpável. Não foi um retiro fácil, mas foi um retiro maduro. Eu poderia detalhar muitos momentos aqui, ainda assim não seriam suficientes para descrever o que passamos naquele lugar. Quem esteve aberto e disponível, com certeza não saiu dali de mãos vazias. Percebemos que, mais do que nunca, Deus tem nos chamado para uma batalha e que não podemos estar na guerra despreparados e desarmados. Muito pelo contrário. Precisamos reconhecer nossa pequenez, nossa fraqueza diante das batalhas dessa vida para que assim possamos receber da força do Senhor. Sim, porque a luta não é contra pessoas, mas contra principados e potestades. Sim, porque a força não está no nosso braço, mas ela vem do Senhor. Essas foram verdades que, com certeza, foram marcadas nos corações de cada retirante. Os estudos baseados em Efésios 6 nos serviram de equipamento. Nunca havia estudado a armadura de Deus da forma como estudei para esse retiro. Aos poucos, pretendo publicar algumas coisas aqui no blog. As ministrações de louvor foram marcantes para mim, particularmente. É engraçado ver que quando se trata de Deus, não podemos prever nada, não podemos gerar expectativas. A melhor coisa a fazer é entregar nas mãos dEle e deixar que a boa, perfeita e agradável vontade de Deus prevaleça em todas as coisas. Ouvir do Espírito Santo as orientações para cada palavra, para cada ato, para cada música, isso foi marcante na minha vida. Para cada culto, Deus me dava uma direção específica e podíamos ver claramente os propósitos de Deus se cumprindo conforme obedecíamos a Sua direção. “Eu quero continuar seguindo a Tua nuvem, Senhor... quero continuar obedecendo ao Seu compasso”. Todas as palavras pregadas foram instrumentos de Deus para gerar reconciliação, revestimento, encontro com Deus, atitude e compromisso com o Senhor. No dia em que eu preguei, em especial, estava muito triste com muitas situações. Parece que tudo aconteceu pra me deixar mais inseguro ainda. Foi incrível como Satanás tentou me parar até mesmo no momento de exposição da Palavra. Mas, como eu disse, ele foi derrotado. Naquele dia, em especial, pude ver um mover de Deus como nunca vi em nenhum evento nosso. Não apenas pela emoção que saltou aos nossos olhos, mas pela palavra que Deus me deu e pela convicção que eu tinha de que as pessoas precisavam de tudo o que aconteceu ali. Havia uma atmosfera livre que eu não consigo expressar com palavras. Foi algo intenso que Deus permitiu que vivêssemos. Sei que para muitos, não vai passar daquele dia. Mas sei que para alguns outros (poucos, quem sabe) aquele foi um dia marcante e decisivo.

Enfim. Agradeço a Deus pelo privilégio que Ele me concedeu de fazer parte de tudo isso. Agradeço a Ele porque hoje entendo certas coisas. Hoje entendo o incômodo de se fazer algo no carnaval (embora não soubesse o que seria), hoje eu entendo porque não viajei para o Canadá, pois realmente era necessário que eu estivesse aqui vivendo algumas coisas, cuidando de algumas pessoas e preparando de perto algumas coisas do Retiro. Eu agradeço a Deus porque os planos dEle são bem mais elevados do que os meus.

Deus tem me incomodado, ainda, com relação a outras questões. Temos orado e trabalhado enquanto PIB de Moça Bonita no sentido de avançarmos rumo à evangelização e conquista do bairro de Padre Miguel. Esta não é uma tarefa fácil e nem confortável. Além de um trabalho sério, árduo, com metas de curto, médio e longo prazo, sabemos que estamos lidando com um mundo de esfera espiritual e que este é nosso principal desafio. Embora me cause certa ansiedade, posso crer que Deus é quem está nesse negócio e que com Ele seremos mais que vencedores. O inimigo tenta se levantar de diversas formas. E se ele ainda não se levantou, pode ter certeza que em pouco tempo se levantará. Não é de se espantar que algumas coisas aconteçam para nos enfraquecer enquanto igreja. Mas se Deus é por nós, quem será contra nós (Romanos 8.31)? Deus tem me dado algumas direções práticas de como posso contribuir para a conquista de nossa comunidade. Oro a Deus para que continue nos fortalecendo e nos cobrindo com sua graça e misericórdia. Que Ele continue levantando a sua igreja, despertando-nos do sono para que possamos entender definitivamente o nosso propósito nesse mundo. Não estamos aqui para viver num parque de diversões, estamos em guerra!!!

Que Deus te abençoe! Volto em breve, prometo!