20/11/2007 - RENÚNCIA

Estou vivendo dias atribulados por causa da faculdade. Final de período é um sufoco sem igual, quem estuda sabe. Tenho cerca de duas semanas, duas loooongas semanas que parecem que não acabam nunca. Muitos trabalhos pra finalizar. Às vezes parece que não vou dar conta. Tenho pedido a Deus que me ajude a concluir tudo o que é necessário.

Mas o que mais tem tomado conta do meu coração é algo especial que Deus tem feito na minha vida. Sei que às vezes somos desmotivados quando olhamos pra trás e nos lembramos de inúmeros compromissos que fazemos com o Senhor. Compromissos que, com o tempo, se perdem. Posturas que assumimos que, mais cedo ou mais tarde, acabam se modificando. Eu falo da velha luta entre a carne e o Espírito, a velha busca pela santidade. Apesar de ter renovado várias e várias vezes a aliança com o Senhor nessa área, às vezes sem sucesso, não quero desistir e nem desanimar dessa vez. Por mais que lá na frente eu venha vacilar, o Senhor é aquele que me levanta e me põe de pé novamente. O mais forte disso tudo é que tenho aprendido a renunciar. Como isso é difícil, como dói! Sinceramente, para certas áreas da minha vida eu preciso muito do auxílio do Senhor para que Ele não deixe meus pés vacilarem. Hoje aconteceu isso. Cheguei num ponto que disse “Deus, eu não consigo. Por favor, me ajude, eu vou cair!”.

Uma vez eu ouvi de alguém que instruía um alcoólatra uma comparação que me chamou muito a atenção: Nós, seres humanos, quando estamos na rua e precisamos fazer nossas necessidades, o que fazemos? Tiramos as calças e fazemos ali mesmo, a qualquer hora e lugar? Não. Nós temos a capacidade de administrar a nossa vontade. Nós podemos bloquear nossos impulsos, caso eles não sejam apropriados. Não somos animais irracionais, somos seres humanos. Nós não precisamos e não devemos viver controlados pelo nosso desejo. A mesma coisa eu penso que acontece com relação às tentações e ao pecado. É claro que existe toda uma batalha espiritual por trás desse conflito, mas me refiro à postura. Não podemos simplesmente chorar nossas quedas. Precisamos observar onde, quando e como estamos caindo, a fim de que as coisas não se repitam. Se eu caí aqui, não vou mais andar por aqui. Se estou com vontade, preciso saber segurar meus impulsos e esperar a vontade passar. Não tenho que fazer tudo o que me dá vontade de fazer. Sei que é muito fácil na teoria, mas dificílimo na prática, e como sei. É o testemunho de Paulo, quando diz: “Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo” (Romanos 7.18,19). Quando se trata de pecado, estamos tratando de coisas espirituais. Portanto, nossas armas precisam ser espirituais. Nessas horas, precisamos estar agarrados em Deus através da oração e da leitura da Palavra. Cara, é muito difícil. Mas uma das coisas que tem me encorajado a perseverar nessa batalha é a promessa de Apocalipse 2.10: "Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida”. Eu fico imaginando o sorriso de Deus cada vez que eu digo “não” ao pecado. Imagine o dia quando estarei diante de Deus e ele me disser algo do tipo: “Parabéns, meu filho, você foi fiel, você conseguiu. Agora sua luta acabou pra sempre. Receba a sua recompensa” e isso acompanhado de um sorriso e um grande abraço de Pai. Por mais que seja difícil lutar contra a minha carne, sei que Deus me dará coisas infinitamente melhores e maiores. Eu preciso continuar renunciando, negando a mim mesmo. Sem contar que temos um grande aliado: o Espírito Santo. Não estamos e nem podemos estar sozinhos nessa batalha. Quando nos dispomos a renunciar o pecado e viver uma vida que agrade o Senhor, Ele mesmo se levanta em nosso favor. Espero ter encorajado você. Esse é o primeiro passo para que mergulhemos em águas mais profundas. Me ajude, Senhor!

Sábado passado foi um dia muito especial. A equipe de louvor ministrou em uma igreja em Nova Iguaçu (não recordo o nome). Foi uma experiência marcante! Justamente por todas as batalhas que estava enfrentando (e ainda estou), e em muitas delas me ver derrotado, acordei no sábado totalmente quebrado, me sentindo incapaz de jorrar. Fui movido pelo Espírito a me reconciliar com Deus. Não podia permanecer daquele jeito. Peguei a Bíblia, li, orei, tive meu momento com Deus, pedi perdão a Ele e pela fé cri que fui perdoado. Claro que inúmeras vezes Satanás me trouxe à tona meu passado, a fim de me intimidar e me entristecer. Mas respirei fundo e prossegui. Durante o dia, Deus foi restaurando minha alegria, meu vigor e minha comunhão, de forma que à noite estava em total sintonia com Ele.

Como de costume, o Espírito Santo acabou me movendo a ministrar muitas das coisas que tenho vivido. Palavras que estimulam uma postura correta diante do Senhor, a busca pela palavra e pela oração, intimidade com o Senhor, reconciliação, retorno aos caminhos de Deus etc. Como tenho sido incomodado pelo próprio Deus, acho que ministrei uma palavra mais consistente, alimento mais sólido, fruto do que realmente tenho vivido. Nossa, o rio de Deus fluiu naquela igreja! Estava tudo muito livre. Eu tenho certeza que muitas vidas, a começar pela minha, foram impactadas pela presença de Deus naquele lugar. Obrigado, Senhor, pelo Cordeiro Santo que derramou o sangue que nos purifica de todo o pecado. Obrigado por tornar a terra estéril e manancial. Obrigado por não desistir de mim.

São tantas coisas que tem acontecido em minha volta que não daria para escrever tudo aqui. Eu só peço àqueles que puderem que orem pela minha vida. Estou no iniciozinho de uma longa jornada. Como um bebezinho que precisa aprender a falar, a andar etc. Deus está fazendo com que eu reaprenda muitas coisas, para que eu possa parecer mais com Ele. Preciso muito ser fortalecido por meio das suas orações. Da mesma forma, oro para que Deus faça o mesmo na sua vida. Eu confesso que sempre tive medo da expressão “quebra a minha vida e faça-a de novo”, mas estou vendo que não posso fugir disso. Preciso obedecer a Deus, nem que isso me custe a vida.